El Calafate: confira as melhores dicas para aproveitar o destino argentino!

Veja o que fazer em El Calafate. Saiba como chegar, quando ir, quais as melhores atrações, o que fazer à noite, onde ficar e muito mais!

Ana Isabel Castro Atualizado em 25 junho 2025 às 08:00 13 min de leitura

El Calafate é um lugar onde a natureza parece desafiar os limites do real, com paredes de gelo que se erguem em tons de azul profundo e estalam como trovões ao romperem em gigantescos blocos.

Joia da Patagônia Argentina, o destino serve como porta de entrada para algumas das geleiras mais impressionantes do planeta, como a monumental Perito Moreno, mas não se resume apenas ao gelo. Há história, sabores autênticos, paisagens e experiências inesquecíveis que vão garantir o sucesso da sua visita.

Você terá a oportunidade de se conectar com a força da natureza em um dos melhores destinos da Argentina, e neste artigo vamos te mostrar como aproveitar tudo que a cidade tem a oferecer. Veja só!

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Onde fica El Calafate?

El Calafate é uma cidade com pouco mais de 25 mil habitantes na província de Santa Cruz, na Patagônia Argentina.

O destino fica pertinho da fronteira com o Chile, a cerca de 2.800 km de Buenos Aires, e bem próximo de outros destinos da região, como Torres del Paine e El Chaltén, um isolamento geográfico que torna a cidade tão especial!

Como chegar a El Calafate?

A maneira mais prática e confortável de visitar El Calafate é de avião, pelo Aeroporto Internacional Comandante Armando Tola (FTE), que fica a 20 km do centro da cidade.

Não há voos diretos do Brasil até lá, então o trajeto mais comum envolve uma conexão em Buenos Aires, seguido por mais 3h20min até o destino final.

Várias empresas, como Flybondi, JetSmart e Aerolíneas Argentinas, operam esse trecho, e há também voos a partir de outras cidades patagônicas, como Bariloche e Ushuaia.

Embora seja tecnicamente possível ir de carro ou ônibus, o trajeto é longo e exige preparo: são 30 horas de estrada saindo de Buenos Aires, ou até 40 horas de ônibus, com trocas e paradas.

A viagem, no entanto, atrai muitos aventureiros que percorrem as estradas da Ruta Nacional 3 e da mítica Ruta 40 de carro, moto ou motorhome, passando por cenários mágicos no trajeto até o “fim do mundo”.

Qual a melhor época para ir para El Calafate?

O melhor período para conhecer El Calafate é entre outubro e abril, quando o clima fica mais agradável e todas as atrações estão em plena operação.

Ao contrário do que muita gente pensa, o destino da Patagônia não é melhor explorado no inverno: o auge da experiência acontece nos meses mais quentes, quando os dias são mais longos e é possível aproveitar ao máximo os passeios.

Contudo, esse é também quando o fluxo de turistas aumenta — sobretudo entre dezembro e fevereiro —, e os preços também.

Por outro lado, no inverno o destino praticamente desacelera, e até hotéis, lojas e restaurantes fecham as portas, já que não há estrutura voltada para esportes de neve.

As trilhas ficam escorregadias, os ventos ganham força e atividades como a famosa caminhada sobre o glaciar Perito Moreno são suspensas.

Quando tem neve em El Calafate?

A temporada de neve acontece de junho a setembro, quando é comum ver as montanhas e até partes do Parque Nacional Los Glaciares cobertas por um manto branco.

O cenário de conto de fadas também exige mais cuidados de quem pretende circular pela área: as temperaturas caem bastante, o vento fica mais cortante e atividades como os trekkings são suspensas por questões de segurança.

O clima começa a amenizar a partir de outubro, mas ainda pode haver neve leve ou até chuva congelada até novembro.

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O que fazer em El Calafate

Um dos melhores destinos de turismo de aventura do continente, El Calafate parece ter sido desenhada pela própria natureza para surpreender a cada curva.

Embora as geleiras sejam o principal chamariz da cidade, a verdade é que há muito mais para descobrir entre montanhas, trilhas, paisagens dramáticas e histórias fascinantes da região.

Com o frio cortante como companhia constante e o Lago Argentino como pano de fundo, o cenário é sempre cinematográfico — e o que não falta são experiências para preencher cada dia da viagem com beleza, emoção e boas memórias. Confira!

Parque Nacional Los Glaciares

O Parque Nacional Los Glaciares é uma imensidão gelada que abriga algumas das paisagens mais surreais do continente.

São quase 727 mil hectares de área protegida, de florestas andinas a campos de gelo que só perdem em tamanho para os da Antártida e da Groenlândia.

Dentro do parque estão diversas atrações, como as geleiras Perito Moreno, Upsala e Spegazzini, além das paisagens da região de El Chaltén e montanhas como o Fitz Roy.

O ingresso no parque em junho de 2025 custa 20.000 pesos argentinos, o que equivale a aproximadamente R$ 115 na cotação do mesmo mês. O parque funciona diariamente, das 8h às 18h.

Perito Moreno

A Geleira Perito Moreno é, sem dúvida, o cartão-postal mais conhecido da cidade, e com razão. Com suas muralhas de gelo que se erguem a mais de 60 metros de altura, ela nos faz sentir pequenos diante da força da natureza.

O espetáculo ganha contornos ainda mais impressionantes quando um bloco de gelo se desprende e desaba no Lago Argentino, criando um estrondo que ecoa como um trovão gelado.

Além das passarelas panorâmicas que permitem contemplar a geleira de vários ângulos, é possível chegar ainda mais perto a bordo de barcos ou até caminhar sobre o gelo com o acompanhamento de guias especializados.

Glaciarium

O Glaciarium, que fica a apenas 8 km do centrinho da cidade, é um museu dedicado ao mundo fascinante das geleiras. Até a arquitetura é inspirada nas formas do gelo, para deleite dos visitantes!

Ali, você poderá conferir exposições que contam como as geleiras se formam, se movem e influenciam o clima e o ecossistema da Patagônia, além de projeções, vídeos e réplicas que tornam o aprendizado mais divertido. Sem falar na linda vista para o Lago Argentino.

O museu funciona diariamente, das 11h às 19h, e o ingresso custa 10.000 pesos argentinos (em junho de 2025).

Ao final do passeio, ainda dá para aproveitar a cafeteria com janelas panorâmicas ou experimentar drinques no bar de gelo, localizado no subsolo.

Balcones de El Calafate

Os Balcones de El Calafate oferecem uma das melhores vistas panorâmicas da região, com direito a cenários que parecem ter saído de um velho filme de faroeste, nos morros ao redor da cidade.

Com tons ocres e formas esculpidas pela ação do tempo, os balcones revelam um passado geológico fascinante: há milhões de anos, tudo aquilo era fundo de mar, e até hoje é possível encontrar fósseis de conchas e outros vestígios marinhos por lá.

O passeio é feito em veículos 4×4 adaptados e leva os visitantes por trilhas de terra até os pontos mais altos, de onde é possível avistar o Lago Argentino, a Cordilheira dos Andes, e até mesmo, em dias claros, as montanhas de El Chaltén.

O tour tem duração média de 3 horas, com custo em torno de 55.000 pesos argentinos (em junho de 2025).

Cavernas Walichu

As Cavernas Walichu, ou Punta Walichu, contam a pré-história da Patagônia Argentina às margens do lago.

O sítio arqueológico reúne pinturas rupestres milenares feitas por povos originários da região, os Tehuelche, e permite caminhar por entre formações rochosas milenares.

São cerca de 500 metros de percurso, que podem ser visitados com guia ou de forma autoguiada, utilizando um audioguia fornecido no local.

A entrada custa 6.000 pesos argentinos (em junho de 2025) e o espaço funciona todos os dias, das 10h às 18h.

Reserva Laguna Nimez

Uma boa opção de passeio tranquilo é a Reserva Laguna Nimez, o melhor ponto para observação de aves na região.

Ela fica bem próxima ao centro da cidade, a menos de 1,5 km da avenida principal, e pode ser visitada por meio de uma trilha leve (com 4 km) em meio à vegetação típica.

Durante o passeio, você poderá avistar dezenas de espécies de aves, incluindo, com sorte, os belíssimos flamingos.

Na entrada, o visitante recebe um folheto com informações sobre a fauna da região e pode alugar binóculos para tornar a experiência ainda mais imersiva.

O ingresso custa 6.500 pesos argentinos (em junho de 2025) e a reserva funciona diariamente, das 9h às 19h.

Centro de Interpretação Histórica de El Calafate

Boa opção para se refugiar nos dias mais frios, o Centro de Interpretação Histórica de El Calafate conta tudo sobre a história natural e cultural da região, desde a era dos dinossauros até os dias atuais.

As exposições incluem fósseis pré-históricos encontrados na Patagônia e as histórias dos povos que habitaram a região ao longo dos milênios, tudo isso apresentado de maneira didática e interessante.

A entrada custa 3.000 pesos argentinos (em junho de 2025) e o Centro de Interpretação Histórica está aberto todos os dias, das 10h às 20h.

Museo del Juguete

O Museo Argentino del Juguete é capaz de encantar visitantes de todas as idades, como uma cápsula do tempo divertida.

O lugar apresenta mais de 15 mil brinquedos de diferentes épocas e países, revelando curiosidades sobre os brinquedos que marcaram gerações.

É um espaço acolhedor e nostálgico, perfeito para famílias e para quem deseja descobrir como brincavam as crianças de outras épocas.

O ingresso tem custo simbólico, de apenas 200 pesos argentinos (em junho de 2025), e crianças de até 12 anos têm entrada gratuita.

O que fazer em El Calafate de graça

É totalmente possível aproveitar a cidade sem gastar nada com atrações, já que muitas experiências são completamente gratuitas, como a caminhada ao redor da Laguna Nimez.

Mesmo sem entrar na área paga da reserva, você pode contemplar paisagens lindas e até avistar flamingos-rosas em meio à natureza.

O Centrinho da cidade também rende um ótimo passeio de baixo custo: suas ruas arborizadas, cheias de lojinhas, cafeterias e artesanato local, convidam à caminhada sem pressa.

Na orla do Lago Argentino, o calçadão é bem cuidado e oferece um ponto de vista privilegiado para as montanhas e o azul do lago. Pertinho dali fica o letreiro de El Calafate, perfeito para uma boa foto com as montanhas ao fundo.

Outra opção de passeio gratuito é a Capilla de los Escoceses, que guarda memórias dos primeiros colonos e pode ser visitada gratuitamente. Fica a dica!

O que fazer em El Calafate à noite

O melhor de El Calafate é revelado durante o dia, com noites geralmente tranquilas e voltadas ao descanso em toda a cidade.

O Centrinho é colorido pela iluminação amarelada das construções em estilo patagônico, enquanto o movimento se intensifica nos bares e restaurantes da região, onde você pode experimentar pratos típicos, como o cordeiro patagônico, e bons vinhos locais.

Também é possível encontrar apresentações de dança folclórica ou shows intimistas em pequenos espaços culturais e hotéis, oferecendo um gostinho da tradição argentina, e você pode encerrar a noite em uma das confeitarias e chocolaterias da cidade.

Onde se hospedar em El Calafate

A cidade, embora pequena, é voltada ao turismo e oferece desde hostels simples até hotéis luxuosos com estrutura completa e spa.

A maioria dos hotéis está num raio de até 3 km do Centro, mas quanto mais próximo da Avenida del Libertador, melhor para quem quer fazer tudo a pé, já que ali se concentram restaurantes, lojas, agências e bares — inclusive o bar da Cervejaria Patagonia, que serve como ótimo ponto de referência.

Vale lembrar que a cidade tem alguns trechos em aclive e que, à noite, as temperaturas despencam, mesmo no verão. Por isso, se o seu hotel não for central e você não estiver de carro, pode ser útil já ter à mão o contato de um taxista logo ao chegar.

Um detalhe importante é que a cotação do peso argentino varia bastante, e isso pode influenciar o valor final da hospedagem.

Alguns hotéis cobram antecipadamente no cartão, enquanto outros deixam para cobrar no check-in, recalculando de acordo com a cotação do dia, o que pode ser vantajoso ou não.

O que é melhor, Ushuaia ou El Calafate?

Comparar Ushuaia e El Calafate é comum, mas escolher o melhor destino para a sua viagem vai depender muito das suas preferências.

As duas cidades são muito diferentes entre si, mas igualmente apaixonantes.

El Calafate é mais voltada à contemplação e ao turismo glacial, com uma pegada mais tranquila, enquanto Ushuaia é indicada para quem quer vivenciar aventura na natureza selvagem.

O ideal, se houver tempo, é conhecer as duas: elas se complementam e oferecem visões muito diferentes — e igualmente inesquecíveis — da Patagônia.

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